Entender as razões que me levaram para a água me traz muitas reflexões… A solitude, felicidade e o velejar seriam sinônimos? No final será que velejar seria apenas a busca de um eterno porquê?
Seria uma fuga para um ambiente que posso controlar? Seria a busca pela solitude e autoconhecimento? Só mais um desafio? Minha felicidade estaria na água?
Confesso que não sei…
O que me trouxe para a água sem sombra de dúvidas foi a necessidade de fugir de uma realidade que em terra não era tão boa ou que eu acreditava que não era tão boa por não entender a alegria das rotinas quando se tem uma meta ou foco.
Excesso de compromissos, responsabilidades, vida conectada em excesso, burnout caracterizado, enfim, tudo que me afastava da simplicidade da vida.
Busquei ajuda antes? Claro que sim! Aceitar que se tem um problema e não buscar uma solução é tão ruim quanto o próprio problema.
Mas no fim, o clássico conselho de dedicar tempo para si mesma, veio a calhar.
Encontro na água não a cura ou a solução, mas o caminho para a felicidade, é bem possível que o caminho seja a felicidade.
O que leva a outra reflexão… O que é ser feliz?
Onde estaria a felicidade?
O que é Felicidade?
A felicidade Aristotélica; felicidade de São Thomas de Aquino e Ética a Nicômaco no fundo são parecidas. A prática do que te faz bem de forma repetida, amando ao próximo e respeitando as inúmeras diferenças, acreditando no respeito ao próximo, só encontra um destino… a própria felicidade.
Se junto com isso outras pessoas puderem ser impactadas positivamente, por que não?
A vida na água e a comunidade de velejadores e suas boas práticas de ser de fato uma comunidade só engrandecem meu desejo de ir para a água.
Nunca encontrei limites na água, só aqueles que achei seguro criar. Nos demais velejadores existe uma felicidade intrínseca de ver o outro bem e alcançar o que desejam, sem importar se os sonhos são altos ou pequenos. Só conheci boas pessoas até agora. Todas torcem, estimulam, acreditam mais do que eu em muitos momentos e dedicam seu bem mais precioso… o tempo para me ouvir enquanto se deixam ouvir com sabedoria.
Sonhar e planejar faz parte do cotidiano náutico. Tem sempre um desafio novo acontecendo e logo pessoas que você acabou de conhecer entram no seu caminho e mudam sua história com carinho.
Talvez a água permita conexões verdadeiras e sem competições.
E no fim…
Já imaginou se isso fosse comum em terra? Talvez eu e os demais não precisassem se questionar se a ida para água é uma fuga, busca pela solitude, um desafio diferente ou apenas uma jornada pelo autoconhecimento. Seria apenas mais uma prática ou caminho que te leva à felicidade.
Comunidades inteiras organizadas por pessoas que incentivam umas às outras em troca de nada? Apenas pelo desejo verdadeiro de ver o outro bem! Que maravilhoso seria!
Enquanto os compromissos em terra me seguram só posso desejar que todo bem que a água me faz eu seja capaz de reproduzir em terra e mesmo o tempo em solo seja um caminho para a felicidade…
E você? Onde está sua felicidade? Bons ventos para nós!
Se desejar aprender a velejar, recomendo fortemente a Pera Náutica.
Se desejar saber onde pratico vela venha me visitar no meu empreendimento a Pousada Belas Águas Mairiporã.
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Que lindeza de texto 😍